terça-feira, 9 de julho de 2013

Red eye (Historia dos fãs)

Era uma tarde de inverno, estava nublado e frio, chovia fracamente, uma chuva calma e tranquila, que deixava aquela sensação de preguiça.
Na falta do que fazer, eu esquentei meu chá, peguei uma coberta, liguei a televisão e convidei minhas duas cadelas, Soffy e Lota, para se juntarem a mim debaixo das cobertas. Fui passando os canais da TV lentamente, para ver se estava passando algo de bom, quando me deparei com um filme, cujo nome me chamou bastante atenção, o nome era “O Pantano”. Digamos que eu tenho uma queda por contos de terror e historias paranormais.
Ao decorrer do filme, eu sentia uma sensação estranha, um peso no ar, e me sentia observada, mas não dei importância, continuei a prestar atenção no filme, no entanto, minhas duas cadelas, aquelas que eu mencionei antes, estavam inquietas, não paravam um momento, latiam, rosnavam, choramingavam, e eu, já um tanto estressada e querendo prestar atenção no filme, as mandei ficarem em silencio, rapidamente elas obedeceram, mas pareciam incomodadas com algo, olhando fixamente para a janela, ignorei. Passaram cerca de cinco minutos, elas continuaram a olhar para a janela, uma delas choramingava, como se não quisesse continuar ali, quando eu estava a ponto de mandá-la ficar em silencio, ouço uma frase do filme:

“Os cachorros podem sentir a presença de espíritos, eles normalmente agem assim quando o espirito é maligno.” 

Eu senti um arrepio tomar conta do meu corpo, meus braços e pernas ficaram adormecidos, olhei para a janela lentamente, com medo e já esperando o pior, e do nada vi um vulto se mover em minha direção, fechei os olhos com força, tentei rezar, mas não conseguia mover minha boca, minhas cachorras começaram a rosnar e acoar, me deixando com mais medo ainda, quando finalmente criei coragem pra olhar pro lado, a única coisa que vi foi um rosto distorcido, não havia cor, era em preto e branco, a única coisa q se destacava, eram seus olhos vermelhos, e parecia dizer coisas, palavras em outra língua ou simplesmente murmurando. Eu senti meu corpo adormecer, meus olhos ficarem pesados e o sono tomar conta, resumindo, eu desmaiei!
Quando acordei, já era de noite, estava sozinha em casa, minha mãe e minha irmã não estavam nos seus quartos, minha cachorra estava trancada na varanda, dormindo, eu estava completamente sozinha. Minha memoria estava embaçada, não me lembrava de muita coisa, lembrava apenas de estar assistindo um filme com minhas duas cachorras.
Caminhei pela casa procurando por alguém, chamava pela minha mãe, esperando resposta, mas eu apenas ouço ruídos vindos do segundo andar da casa. Com uma ponta de medo, criei coragem para subir as escadas. A casa esta em silencio, eu ouço apenas meus passos, vou em direção ao quarto de minha mãe, sigo lentamente pelo corredor escuro e silencioso, meu coração começa a bater desesperadamente, como se ele soubesse que algo iria acontecer. Eu estou prestes a abrir a porta, um nó se forma em minha garganta, enquanto giro a maçaneta da porta, passos desesperados que vêm em minha direção cada vez mais próximos, cada instante mais alto, me viro desesperada já esperando o pior acontecer, os passos cessam. Tento me acalmar, pensando que aquilo foi apenas obra da minha imaginação, mas continuo ofegante, o medo começa a desaparecer lentamente. Enfim, crio coragem para abrir a porta. Sem sinal de vida. Procuro por todos os quartos da casa, quer dizer, quase todos. Só faltava um lugar onde eu não havia procurado... O porão.
* * *
Antes que eu perceba, estou a dois passos do porão. Um peso cai sobre mim, sinto um nó se formar em minha garganta novamente, “Será que eu devo abrir aquela porta? E se eu me arrepender depois? E se minha mãe e minha irmã estiverem ali dentro?”. Depois de 10 longos minutos, criei coragem e abri a porta, o desespero toma conta de mim, a única coisa que vejo são os corpos de minha mãe e da minha irmã, não há brilho em seus olhos, elas estão mortas. Próximo a elas, a uma figura preta, encapuzada, olhos vermelhos, não consegui identificar quem era, antes que pudesse dizer alguma coisa, ele estava na minha frente, eu sentia sua respiração ofegante, seus olhos, der repente se tornaram a coisa mais perfeita que eu já havia visto, me sentia como se o mundo tivesse parado, como se não existisse mais nada além de nos dois. Eu o senti passar sua mão fria em meu rosto, me fazendo voltar para a realidade, eu estava feliz, ele não me assustava. Não me dava medo, apesar de ter a face “coberta” por sangue, ele me fazia feliz. Foi nesse instante que eu senti meus joelhos se chocarem contra o chão, senti como se estivesse perdendo a visão, a última coisa que eu ouvi foi “Adeus pequenina”.

Escrita por: Julia Ramisch

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