Era uma noite de
inverno, já tinha parado de nevar, e estava quase na hora de ir trabalhar. Eu
era vigia de um cemitério local, passava as noites caminhando entre os túmulos,
verificando se nenhuma cova havia sido descoberta. Costumava sentar na entrada,
e ver a neve cair, as pessoas passarem tão desesperadamente, tentando evitar
contato comigo, talvez eu as assuste... Bom, eu não as culpo por isso, mas
confesso que me sinto um tanto incomodado, se ao menos elas soubessem como eu
realmente sou talvez não agissem assim... Mas, assim é mais fácil saber quem
será o próximo...
* * *
Era um dia de
inverno comum, estava a caminho de minha casa, eu andava sempre distraída,
nunca prestava a atenção nos acontecimentos a minha volta, mas procurava agir
com cautela quando passasse pelo cemitério. Apesar de entrar lá todos os dias
para ver o túmulo de meu pai, eu sentia um arrepio sempre que passava pelo
vigia, seu jeito, de alguma forma, me amedrontava, evitava todo o tipo de
contato com ele sempre que possível.
O cemitério
ficava dois quarteirões de minha casa, estava praticamente na entrada, torcendo
pelo vigia não estar por lá. Infelizmente, para a minha decepção, ele estava
lá, sentado em uma das lápides, usando seus óculos escuros, como o de costume,
o que era algo um tanto quanto estranho, já que estávamos em julho, e afinal,
era noite. Passei rapidamente por ele, ignorando seu comprimento e prossegui
para o túmulo de meu pai. O túmulo ficava na 11ª fileira, lápide número cinco, ajoelhei-me
aos pés da cova e rezei pela alma de meu pai.
Já havia se
passado algum tempo, então decidi ir embora. Antes que eu pudesse me mover,
algo tocou o meu ombro, senti um arrepio tomar conta do meu corpo, me virei pra
trás pra ver quem era, e me arrependo profundamente disso. O que eu vi, foi o
vigia, sem seu habitual óculos escuros, confesso que preferia ele antes. Antes
que pudesse gritar, antes que eu pudesse fazer qualquer som ou movimento, ele
tapou a minha boca, e me imobilizou no chão, com uma faca apontada para o meu
pescoço:
-Hum, agora
parece que você tem motivos para me temer, não é? Ora, vamos não se preocupe
isso será rápido, porem doloroso...
Senti sua faca perfurar meu estomago,
tudo que consegui fazer foi apenas gemer de dor, lagrimas escorriam de meus
olhos, ele pressionava a faca causando cada vez mais dor, podia sentir o metal
dentro de mim, e então tudo começou a ficar escuro, apesar da dor, eu estava
praticamente dormindo, e então, eu o ouvi dizer:
-Bem, não acho
que você precisara dos seus olhos novamente... São olhos tão bonitos, eles
ficaram bem em minha coleção, não se preocupe.
Sua risada sádica foi a ultima coisa que
eu ouvi.
* * *
“Hoje pela manhã
o corpo de uma jovem estudante foi encontrado no cemitério da Rua Neville Longbottom,
a vítima estava com uma abertura na barriga, e sem os olhos, foi encontrado um
bilhete no local. Ainda não foi decifrado o que estava escrito. Acredita-se que
essa tenha sido mais uma vítima do famoso serial killer Black Eyes, com essa,
são mais de 23 mortes. A policia continua investigando o caso.”
Escrita por: Julia Ramisch
euri da Rua Neville Longbottom xDDD
ResponderExcluirde resto, boa história